Ano XXI nº 247 -

Edição 247 - maio 2018

03/05/2018

 

 

S A Ú D E - 5 de Maio - Dia Mundial de Higienização das Mãos

Lave as mãos ou bactérias matarão 10 milhões no mundo até 2050

A OMS chama a atenção para o fato simples de lavar as mãos, que pode evitar a contaminação por superbactérias que, estima-se, vão contaminar 10 milhões de pessoas no mundo até o ano de 2050.

No Dia Mundial de Higienização das Mãos é importante o alerta, pois a transmissão de doenças infecto-contagiosas pode diminuir em 30% apenas com a lavagem correta das mãos.

A prática é tão importante que foi adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma bandeira de combate à infecção hospitalar. Devido ao alto potencial de propagação de doenças virais e bacterianas, em que as mãos são as principais vias de transmissão, placas com lembretes para a higienização das mãos nas proximidades de banheiros e pias é lei desde 2014 na cidade de São Paulo.

Redução de 40% de doenças - Segundo a OMS, lavar as mãos significa reduzir em aproximadamente 40% doenças como gripe, conjuntivite e outras viroses. A recomendação de especialistas é fazer a higienização com água e sabão, além de, sempre que possível, carregar álcool em gel para se precaver quando não houver outros meios à disposição. “A higiene das mãos, com água e sabão ou com álcool gel é uma medida que deve ser utilizada”, afirma o médico Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas e responsável pelo Programa de Stewardship da Fundação São Francisco Xavier.

Resistência Bacteriana em Hospitais

Superbactérias - A higienização correta das mãos é fundamental para prevenir que bactérias multirresistentes se espalhem em ambientes hospitalares. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde revelam que, mundialmente, as infecções relacionadas à assistência à saúde afetam centenas de milhões de pessoas e têm um impacto econômico significativo nos pacientes e sistemas de saúde em todo o mundo. Em países desenvolvidos, representam de 5% a 10% das internações em hospitais de cuidados agudos. Nos países em desenvolvimento, o risco é de duas a 20 vezes superior e a proporção de pacientes com esse tipo de infecção pode exceder 25%.

25% imunes a antibióticos - No Brasil, de acordo com dados da Anvisa, cerca de 25% das infecções registradas são causadas por micro-organismos multirresistentes – aqueles que se tornam imunes à ação dos antibióticos.

“A higienização das mãos é uma prática tradicional e, isoladamente, é o fator mais importante na prevenção das infecções. Por mais que tenhamos tecnologia e antibióticos potentes, nada vai impedir que uma bactéria passe de um paciente para outro se não fizermos a higienização correta das mãos”, enfatiza o Dr. Evaldo Stanislau.

Stewardship - No país, já existem algumas iniciativas que visam conter a proliferação das superbactérias, entre elas, o Antimicrobial Stewardship Program (AMS na sigla em inglês), que tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde e a população em geral sobre o uso racional de antibióticos, dado que o uso indiscriminado é uma das razões pelas quais as bactérias acabam criando resistência aos tratamentos. Porém o Dr. Evaldo é enfático: “Todo o esforço de se implantar políticas de Stewardship, diagnóstico rápido, de investimento tecnológico é perdido se não fizermos o básico que é higienizar corretamente as mãos”, conclui o médico. 

Projeto AMS - A iniciativa tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde e a população em geral sobre o uso racional de antibióticos, dado que o uso indiscriminado, ou então, sem critério desse tipo de medicamento acaba criando resistência ao tratamento. 

No Brasil, a farmacêutica americana MSD tem reunido esforços para promover o programa, levando o conceito a hospitais e clínicas médicas – tanto no sistema público quanto no privado. A ideia é munir médicos e gestores de saúde com informações a respeito da importância de mapear a resistência bacteriana presente no ambiente hospitalar para, assim, definir o melhor antibiótico para cada situação, diminuindo as chances de resistência e proliferação das chamadas superbactérias.

110 hospitais brasileiros - Entre 2014 e 2016, o projeto AMS foi implementado em 110 hospitais ao redor do país. O Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, foi um dos pioneiros na implementação deste projeto em hospitais privados. Até o final de 2017, cerca de 250 instituições foram impactadas.

 

 

3º Setor | Anuncie | Arquivo JSO | Bastidores | Estatística | Expediente | Legislação | Fale com o JSO | Mural/Cartas | Utilidade Pública

Copyright @ 1999 Editabr Comunicação e Editora Ltda. Todos os direitos reservados.
Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização por escrito.
Melhor visualização 1024x768pixels